Atualmente praticamente todo circuito eletrônico possuem placas dos quais os componentes são soldados, conectando resistores, capacitores, transistores, CI’s, diodos e outros componentes comuns em praticamente todo circuito. É comum que após certo tempo as trilhas que ligam os componentes possam acabar sendo interrompidas por diversos fatores, os mais comuns são: Solda fria (quando a solda acaba trincando, isolando o componente), aquecimento, sobretensão, quedas e corrosão.
Antigamente era muito comum nas televisões de tubo as pessoas baterem nas laterais quando ela apresentava algum defeito temporário, como perca de som, fora de sintonia, perca de imagem e outros sintomas. Na grande maioria das vezes, era problema de interrompimento na trilha eletrônica, causando um mal contato. Dessa forma vamos apresentar algumas dicas de como identificar a trilha rompida e quais ferramentas você pode utilizar na hora de recuperar.
Identificando o problema
A identificação de trilhas rompidas pode ser feita de algumas formas, em alguns casos basta uma rápida visualização a olho nu que você já pode encontrar o problema, em outras situações você vai precisar de um multímetro, lupas e outros acessórios.
Em casos de quedas do aparelho eletro/eletrônico, o dano no circuito costuma ser bem visível. Geralmente a placa sofre uma rachadura ou trinca onde na maioria das vezes a visualização é fácil. Em alguns casos, dependendo do tamanho do circuito uma lupa e iluminação podem fazer a diferença, abaixo deixamos alguns exemplos de lupas com iluminação LED, que podem te auxiliar na identificação manual.
Dependendo da situação é comum que o interrompimento da trilha aconteça de forma quase imperceptível a olho nu, além dos componentes eletrônicos estarem cada vez menores, nem sempre temos acesso ao esquema técnico de todos os aparelhos, para entendermos o seu funcionamento eletrônico. Dessa forma o jeito mais simples de identificar o problema é utilizando um bom multímetro que tenha teste de continuidade. Geralmente é uma função presente em todos os modelos de multímetro, por se trata de um teste bem simples. Com a ajuda dele você pode conferir sempre o início e o fim da trilha, caso o multímetro emita um sinal sonoro ou mostre continuidade no display é sinal de que sua trilha está ok. Veja abaixo a escala que você deve utilizar no multímetro.
Na hora de escolher um multímetro as pessoas costumam ter algumas dúvidas, geralmente observam a marca e funções que o aparelho apresenta. Algumas empresas podem exigir certificados de calibração, para garantir a precisão dos testes e padrão de qualidade. Pensando nisso vamos deixar algumas recomendações de multímetros para você que está em dúvida. Aqui na Cofermeta trabalhamos com as melhores marcas como: Minipa, Fluke, Icel e Hikari.
Multímetros de entrada:
Multímetros intermediários:
Multímetros de uso industrial:
Fora esses modelos temos vários outros em estoque, confira em nosso site outras opções.
Reparando a trilha interrompida
Agora que já identificamos a trilha interrompida é hora de reparar.
Para isso vamos precisar de alguns itens, confira se você tem disponível em casa ou em sua oficina.
- Ferro de solda
- Solda Estanho
- Fios de cobre
- Sugador de solda
- Malha dessoldadora
- Estilete de precisão
- Pasta para solda
Antes de iniciarmos é preciso dizer que a utilização do ferro de solda deve ser de acordo com a trilha a ser recuperada. Existem modelos diferentes de ferro de solda, com potências diferentes. Caso você utilize um ferro de solda muito quente no local errado você pode acabar estragando algum componente como os SMD’s, que podem ter o tamanho da metade de um grão de arroz. Em circuitos eletrônicos geralmente um ferro de solda de 50 a 60 watts costuma ser bem versátil. Também temos as estações de solda onde é possível regular a potência/temperatura, assim se adequando a necessidade.
Passo a Passo
O primeiro passo é raspar a superfície da trilha, tirando o esmalte que isola ela.
Após a raspagem passe um pouco da pasta para solda na trilha. É opcional, mas ajuda muito para a solda pegar melhor na trilha.
Dependendo da situação, principalmente em trilhas trincadas, o reparo pode ser realizado apenas unindo os pontos com a solda. Mas se o rompimento for mais extenso, onde a trilha é quebrada perdendo um pedaço ou caso tenha sofrido exposição a alta tensão chegando a corroer a placa, é indicado que você faça a ligação da trilha utilizando um fio de cobre para melhorar a resistência.
Dessa forma você pode apenas passar a solda nos pontos trincados , ou criar uma ponte, (jump) com o fio de cobre, como mostrado na imagem abaixo.
Também pode acontecer de você precisar tirar a solda de algum ponto para trocar algum componente que tenha quebrado, em casos de quedas isso é muito comum. Dessa forma você vai precisar da ajuda de um sugador ou malha dessoldadora.
Quando é melhor? Malha dessoldadora ou sugador?
A resposta é simples, depende da situação. O sugador é melhor para regiões maiores, onde tem maior concentração de solda. Pode parecer que não, mas a força de sucção dele é alta, pode até acabar estragando trilhas mais delicadas. Como você esquenta a trilha com o ferro de solda primeiro, ela acaba ficando fragilizada, o sugador pode danificar a trilha nestes casos. Se você for lidar com componentes SMD’s nem pense em utilizar o sugador, ele pode acabar sugando o próprio componente. Então toda vez que for lidar com trilhas e componentes delicados, utilize a malha dessoldadora. A malha ao entrar em contato com a solda, acaba “puxando” a solda para ela, assim a trilha ou componente fica limpo, saindo facilmente.
Viu como é simples realizar o reparo? Lembrando que, caso você não tenha experiência com isso é bom tomar cuidado. Alguns aparelhos mesmo desligados podem dar choque elétrico. E só você já tem experiência ou está estudando sobre o assunto, saiba que na Cofermeta temos uma linha completa voltada para eletrônica: Multímetros, ferros de solda, estação de solda, osciloscópio, capacimetros, acessórios e muito mais.